Cinema, quilombo e agricultura familiar: Uma oficina cheia de histórias e trocas
- Atlântico Filmes
- 14 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de jan.
Imagine unir o poder do cinema à rica história de uma comunidade quilombola, com uma pitada de desafio organizacional e muito coração. Foi isso que aconteceu na oficina realizada na sede da Ambacla, no Centro Comunitário Quilombola do Barro Branco, um espaço que recentemente conquistou sua certificação como território quilombola. Spoiler: o resultado foi emocionante e cheio de aprendizados.
Tudo começou com um plano que parecia perfeito: a oficina seria realizada em Barra Longa, cidade que faz parte das memórias de infância de Mônica, uma das organizadoras do Programa de Capacitação.
Além da conexão afetiva, Barra Longa carrega uma história de resiliência após a tragédia do rompimento da barragem do Fundão, em 2015. A ideia era usar o cinema para destacar a importância da pauta ambiental na região.
Mas, como toda boa narrativa, a jornada tinha seus obstáculos. Apesar do entusiasmo inicial, a escola da cidade que acolheria a programação recuou. Segundo uma das respresentantes a atividade seria muito trabalhosa. Infelizmente, contatos com outras instituições locais também não avançaram, e a equipe começou a se perguntar: e agora?
Foi aí que o famoso jeitinho mineiro entrou em cena. Um conhecido de Mônica apresentou o Ademilton, gestor da Associação de Barro Branco, que não só topou a ideia como acolheu o projeto de braços abertos. E assim, o cinema encontrou um novo palco. UFA!
Antes da prática, a base (Fotos: Anna Carmen).
Uma Experiência de trocas
O documentário produzido durante a oficina focou no resgate da agricultura familiar na comunidade — um tema que conversa com as raízes locais e reforça a importância de valorizar o que vem da terra. E o envolvimento da turma não poderia ter sido mais inspirador. “Foi emocionante ver a transformação dos participantes ao longo do processo”, conta Mônica. “No início, desconfiados, como bons mineiros, mas, aos poucos, foram se abrindo. No final, fomos embora com pedidos de ‘voltem logo!’. Isso não tem preço.” Dalila, coordenadora do Programa, também compartilhou sua visão: “Saber que plantamos uma semente e que ela germinou é algo que me enche de gratidão. Essas trocas nos mostram que estamos no caminho certo.”
Turma unida na produção de seu primeiro filme (Fotos: Anna Carmen).
Cinema para todos
Com recursos da Lei Paulo Gustavo e o apoio do edital da Secult/MG, a oficina teve como objetivo levar o audiovisual para onde ele raramente chega, promovendo reflexões e aprendizados. E não para por aí: o documentário foi traduzido em LIBRAS e já está disponível no canal do YouTube da Atlântico Filmes. Porque cinema acessível e inclusivo é cinema com propósito.
Comunidade reunida na pré-estreia do curta-metragem (Fotos: Anna Carmen).
O que fica no coração
Mais do que ensinar técnicas de roteiro, filmagem ou edição, a oficina foi um encontro de histórias, olhares e sonhos. Uma prova de que o cinema tem o poder de transformar, conectar e valorizar realidades.
Agora, fica o convite: dá o play e assista, em primeira mão ao O cultivo das gerações para conhecer e se apaixonar essa jornada. Porque cada cena tem uma história, e cada história merece ser vista, ouvida, vivida!
Ficha Técnica:
Realização: Atlântico Filmes
Coordenadora Geral: Dalila Pires
Produtora e Diretora: Mônica Veiga
Instrutor Meio Ambiente: Ricardo Motta
Instrutora de Audiovisual: Miryam Cruz
Assistente /Making of / Montadora: Anna Carmen
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